O crédito imobiliário representará 11% do PIB em 2014. Atualmente, a participação deste tipo de crédito é 4%.
Na Lopes, a expectativa gerada pelo aumento do crédito também é motivo de ampliar os projetos para 2011. "Vamos entrar mais fortes e confiantes no mercado este ano, para melhorarmos nosso esquema de vendas, e conseguirmos usar o crédito disponível, iremos melhorar a distribuição de lançamentos, para que não fique tudo para o segundo semestre e, dessa forma, utilizarmos ao máximo o potencial brasileiro de comprar", afirmou Mirella Parnicelli, diretora de Atendimento da Lopes.
Em 2010, as vendas de imóveis novos na capital paulista atingiram 30,9 mil unidades entre janeiro e novembro, um desempenho bem próximo do atingido no ano de 2009, quando foram comercializados 30 mil imóveis, de acordo com o Secovi-SP.
De acordo com a entidade, o volume de vendas só não foi maior porque os empreendimentos novos não surgiram no mesmo ritmo. "Assim mesmo, estima-se que o ano de 2010 atingirá o volume aproximado de 36 mil unidades comercializadas", informou o Secovi-SP.
Entre janeiro e novembro de 2010 foram lançadas 30 mil unidades, segundo dados da Embraesp. Esta performance representa avanço de 19% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram lançadas 25 mil unidades, mas ainda é inferior ao volume de comercialização registrado no ano.
A dificuldade das empresas de lançar novos empreendimentos se deve principalmente à escassez de terrenos em condições favoráveis de incorporação. "Hoje, precisamos rodar muito para encontrar um bom terreno, com condições adequadas, por isso a expansão para fora da região metropolitana é uma realidade, além da construção em massa de apartamentos menores em ruas não tão bem localizadas da região metropolitana", disse Parpinelli.
Ponto de equilíbrio
O mercado imobiliário de São Paulo já atingiu o ponto de equilíbrio em volume de vendas e preço, de acordo com João Crestana, presidente do Secovi-SP. A partir de agora, observa ele, o lançamento e as vendas de imóveis de luxo e dos voltados para a classe média alta deverão permanecer estáveis, enquanto as unidades populares destinadas à classe média continuam em destaque nas estatísticas.
Entretanto, o executivo alerta que haverá necessidade de maior agilidade na liberação do crédito, por parte dos bancos, e desenvolvimento de tecnologias construtivas e estratégias de marketing para conquistar o público. Pelos cálculos de Celso Petrucci, diretor do Departamento de Economia do Secovi, as vendas de imóveis na capital devem acompanhar o ritmo do PIB do País em 2011, crescendo 5%. Depois da forte alta apurada no ano passado - quando os indicadores chegaram a descolar da inflação -, Petrucci reafirma que os preços tendem a se estabilizar este ano.
Ao fazer um balanço da década, Crestana destacou que o ano passado consolidou o movimento de retomada - iniciado depois de superados os efeitos da crise financeira internacional do final de 2008 e início de 2009-, em que os compradores mantiveram o ritmo de compra, e os empresários, o de lançamentos. "O Brasil passa por um momento de consolidação do crédito imobiliário como negócio, e a poupança e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço apresentaram bons indicadores de incremento."
Região metropolitana
Na região metropolitana de São Paulo foram comercializados 58 mil imóveis novos de janeiro a novembro de 2010, de acordo com pesquisa. Deste total, 52,2% foram comercializados na capital. A pesquisa da entidade relativa às vendas na região foi iniciada em 2010, não havendo, portanto quadro comparativo com o mesmo período de 2009. No comparação mensal, as vendas registraram alta de 17% em novembro ante outubro, com a venda de 6,3 mil unidades na região.
Segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), os lançamentos, por sua vez, somaram 57 mil unidades no mesmo período, dos quais 30 mil (52%) se concentraram na capital. O Secovi observa que a região metropolitana poderá ultrapassar o recorde registrado em 2008, quando foram lançadas 63 mil unidades. Em 2009, a região lançou 53,5 mil unidades, das quais 59% estavam concentradas na capital.
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